Zoológico de SP recebe menor espécie de tamanduá do mundoPrimeira tartaruga-das-galápagos albina já registrada nasce em zoológico suíço

Vale explicar que, como regra, os tamanduás-bandeira apresentam uma pelagem marrom-acinzentada, marcada por uma grande faixa preta nas costas. Estas cores têm função dupla: ajudam o animal a se camuflar de possíveis predadores; e filtram os raios solares, garantindo melhor nível de conforto térmico. Diferente do “normal”, Alvin nasceu sem essas duas vantagens naturais, embora seja 100% saudável. O albinismo é fruto de uma desordem genética que limita a sua quantidade de melanina, e faz com ele tenha uma pelagem de coloração mais clara e aloirada.

Estudo vai acompanhar a vida do tamanduá albino do Cerrado

Após ser identificado pela equipe de cientistas, o tamanduá albino recebeu um colar de monitoramento via GPS. Isso porque o espécime único participará de um estudo para entender como o albinismo impacta a sua sobrevivência no Cerrado. “Existe uma teoria ecológica que diz que os bichos albinos de vida livre tendem a ser menos adaptados à natureza, por isso, optamos por realizar um estudo de monitoramento que irá nos possibilitar compreender se de fato eles são mais suscetíveis ao Sol, calor, frio e predadores e entender mais sobre o comportamento e as necessidades destes indivíduos raros”, explica Nina Attias, bióloga e pesquisadora do Icas, em comunicado. “Mesmo sabendo que ele corre vários riscos, não podemos interferir na vida deste animal de forma direta, pois estaríamos influenciando nos processos ecológicos naturais e, como conservacionistas, sabemos que isso não é bom para as espécies ou para o ambiente”, justifica.

Animal único pode ter irmão já morto

No mesmo local em que Alvin foi encontrado, em agosto de 2021, a Polícia Militar Ambienta identificou outro tamanduá albino. No entanto, o animal já estava morto quando foi localizado e tinha sinais de predação, sendo possível apenas a coleta de amostras genéticas. É possível que o animal encontrado e Alvin sejam irmãos, já que o albinismo é, de fato, uma característica muito rara na espécie. Para isso, testes genéticos serão realizados. Se a suspeita for confirmada, a equipe elaborá possíveis hipóteses para explicar a relação, já que tamanduás não tendem a ser monogâmicos. A possível monogamia pode estar associada com o desmatamento do Cerrado e a consequente redução do números de animais aptos para a reprodução. Fonte: Icas